segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

O poeta e um fingidor

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

Fernando Pessoa
Quando eu nasci, ficou tudo como estava,
Nem homens cortaram veias, nem o Sol escureceu,
nem houve Estrelas a mais...
Somente, esquecida das dores,
a minha Mãe sorriu e agradeceu.
Quando eu nasci, não houve nada de novo senão eu.
As nuvens não se espantaram, não enlouqueceu ninguém...
P'ra que o dia fosse enorme, bastava toda a ternura
que olhava nos olhos de minha Mãe...

Jose Regio